O Varanda Mall é um daqueles projetos desafiadores para se resumir em poucas palavras, tamanha sua riqueza de características. Com frente para as ruas Severino Melo Jardim e Fausto Nunes Vieira, no requintado bairro Belvedere na Zona Sul de Belo Horizonte, este centro comercial reúne lojas e salas amplas cujo pé-direito generoso às habilita a diferentes usos. Toda sua estruturação e ambientação fazem jus à vizinhança na qual se insere, oferecendo um espaço para acesso a um público exigente.

A arquitetura desenvolvida pela Dávila para a Concreto Engenharia partiu das características do lugar. Cercado pelas montanhas mineiras, o terreno se define por um significativo desnível que possibilitou uma diversidade de planos, espaços e fachadas. Ao conectar duas ruas, o edifício é marcado por uma volumetria que alterna solidez e muita transparência. Este movimento de avanços e recuos nos volumes cria “óculos” que acompanham a declividade natural do terreno, em uma riqueza visual possibilitada ainda pelos vãos estruturais generosos. Ao mesmo tempo, em função de se voltar para duas vias opostas, embora coordenadas entre si, as fachadas apresentam personalidade própria, sendo uma delas marcada por planos retos e a outra, por planos curvos.

Um elemento marcante do projeto do Varanda Mall é a fluidez entre os diversos níveis e os limites do terreno. Este desenho permitiu a criação de espaços abertos ao público de uma forma que a circulação interna será facilmente adotada pelos usuários como área de fruição urbana. A grande circulação lateral, por exemplo, permite até mesmo a acomodação de eventos ao ar livre. Já a praça de acesso, enquanto acomoda lojas valorizadas pelo contato com a rua e vagas de estacionamento, também oferece uma solução em patamares que estabelecem uma integração entre o ambiente externo e o interno através de um elaborado paisagismo.

O conceito do movimento e da relação entre opostos, verificado por exemplo entre as circulações verticais confortavelmente emolduradas por pórticos e os níveis planos se repete nas unidades comerciais. Nelas e em torno delas, percebe-se a utilização de madeira e vegetação na ambientação de terraços descobertos e varandas anexadas às unidades. Esta extensão de espaços que percorrem o ‘dentro’ e o ‘fora’, então, conecta-se ao conceito do empreendimento como um todo.

Para complementar a infrestrutura do Varanda Mall, um edifício garagem oferece comodidade e multiplicidade de acesso para proprietários, usuários e o público em geral. Ainda que desafiadora para resumir, a arquitetura da Dávila para deste projeto pode ser compreendida entre a ousadia e uma simplicidade minimalista que, juntas, devem ofertar ao bairro e à cidade um espaço único e extremamente agradável de ser experimentado.