Uma arquitetura residencial pós-pan (parte 2 de 9)

Em nosso último post, apresentamos de uma forma geral a nossa proposta para uma arquitetura residencial pós-pandemia, a partir do aprendizado que temos adquirido com o afastamento social.

Conforme prometemos, no post de hoje apresentaremos as premissas principais que, entendemos, poderão nos guiar para a evolução da arquitetura a partir deste momento desafiador. Estas premissas que, em termos gerais envolvem a segurança e o conforto dos moradores, são:

1. SAÚDE & BEM-ESTAR
– É importante favorecer a saúde e o bem-estar dos moradores e eventuais visitantes. Estar em casa deve ser antes de tudo um prazer.

2. HIGIENE
– Os novos hábitos de higiene e limpeza que aprendemos trazem benefícios que podem ser aproveitados indefinidamente, caso se consolidem e sejam incorporados à arquitetura;

3. TRABALHO (EM CASA)
– Se trabalhar em casa já era uma tendência para alguns, agora o ‘work at home’ ou trabalho remoto tornou-se muito mais popular, de forma que o espaço voltado ao home office ganha em importância e relevância.

Para ilustrar como estes tópicos podem influenciar nossos projetos residenciais, aplicamos estes conceitos no protótipo de um apartamento, o qual apresentaremos em nossas próximas postagens. Por enquanto, é bom adiantar que neste exercício buscamos simular na prática o que formulamos na teoria. Por isso partimos do projeto de um imóvel real e o reformulamos para o novo contexto, porém mantendo a área básica. Isto demonstra que é possível agregar novos espaços e usos à arquitetura, sem necessariamente aumentar os custos construtivos, desde que nos dediquemos à busca de soluções inovadoras.

Em nossa próxima publicação no Davilabs, apresentaremos em mais detalhes a primeira das três premissas: “Saúde e Bem-estar”. Esperamos você lá!

Uma arquitetura residencial pós-pan (parte 1 de 9)

É com grande prazer que iniciamos as postagens de conteúdo em nosso site. O tema que elegemos não poderia ser mais atual: a pandemia que ora enfrentamos. A despeito de todos os efeitos profundamente negativos que dela decorrem e os quais todos conhecemos, nosso propósito nesta série de publicações é focar no aprendizado positivo que podemos depreender de um contexto desafiador. Este material já foi divulgado em nossas redes sociais há alguns meses, mas aproveitamos a inauguração deste espaço, que batizamos de ‘Davilabs’, ou Laboratórios Dávila, para apresentá-lo com mais detalhes.

Do alto de seus 32 anos de experiência, assim como o segmento da arquitetura, urbanismo e construção civil como um todo, a Dávila tem muito a contribuir para o mundo impactado no qual viveremos daqui em diante. É neste sentido que apresentamos nossa contribuição com uma voz positiva e contributiva. Procuramos entender de que maneira a provocação de uma onda adversa como a trazida pelo SARS-COV-2 pode estimular nossa criatividade na arquitetura.

Nas próximas semanas, portanto, publicaremos em capítulos a nossa visão sobre como uma residência pode ser redesenhada em um contexto pós-pandemia. Escolhemos como tipologia um apartamento residencial de classe média, capaz de abrigar vários destes conceitos que desenvolvemos. Primeiramente, apresentaremos diretrizes e, em seguida, na forma de um modelo experimental, compartilharemos as soluções que desenvolvemos sob a ótica destas diretrizes.

OLHANDO PARA O FUTURO

A pandemia da COVID-19 nos trouxe desafios de natureza diversa. Confinados a nossos ambientes familiares por um período muito maior que o imaginado ou desejado, intensificamos o convívio com nossos familiares e companheiros de morada. Ficando em casa, graças ao distanciamento social, passamos a prestar uma maior atenção em nossas próprias residências e na qualidade de vida que podem nos oferecer em períodos prolongados de permanência.

Esta visão crítica sobre como nossas casas funcionam ou não para este novo contexto nos provocou a pensar. Como seria uma residência idealmente adaptada ao contexto da pandemia? Como os espaços residenciais deveriam ser rearticulados de maneira a viabilizar nossos novos hábitos, especialmente os de higiene e limpeza? Como nosso refúgio doméstico pode ser um ambiente mais agradável no dia a dia, permitindo o convívio familiar e, muito importante nestes dias, o trabalho remoto?

Com a presente iniciativa, buscamos explorar as questões que envolvem os novos projetos residenciais na forma de diretrizes gerais. Na ordem prática, incluímos um protótipo residencial com espaços idealizados compatíveis com estas diretrizes.

Sem dúvida, outras diretrizes e outras soluções são possíveis a partir de uma abordagem evolutiva pós-pandemia. Para efeito deste documento, no entanto, fizemos o recorte ao qual você agora tem acesso.

É certo que algumas de nossas propostas podem ser encaradas como um exercício de futurologia, o que poderia se configurar um tanto prematuro enquanto olhamos ‘de dentro’ da pandemia. Temos a consciência de que uma percepção do que ocorreu nos primeiros meses – ou ano – da pandemia não seria o suficiente para prever o futuro da arquitetura, nem mesmo dos hábitos das pessoas, quanto mais seus comportamentos, sonhos e desejos.

Por outro lado, na condição de criadores, encontramos grande prazer em imaginar coisas e compartilhá-las com as pessoas. Considere, pois, estas ideias que lhe apresentamos, como um exercício de possibilidades. Acreditamos que as soluções que oferecemos não se resumem ao contexto pandêmico, mas consolidam tendências que antes eram incipientes e que vão se tornando mais relevantes enquanto focamos em nossa saúde e bem-estar, higiene e trabalho em casa.

Em nosso próximo encontro aqui no Davilabs, iniciaremos com a apresentação das “Três Premissas Básicas” para uma Arquitetura Residencial Pós-pandemia. Até lá!