A história da Dávila no Rio de Janeiro começa no início dos anos 1990, época de expansão da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. Àquela época, quando os edifícios, muito espaçados uns dos outros, eram bastante verticalizados, fomos responsáveis pelo projeto de sete torres localizadas nas quadras próximas à orla do bairro, incluindo os Edifícios Green Coast, Blue Coast, West Coast, North Coast, Summer Coast, Tropical Coast, Sun Coast.

 

A solução da Dávila para seus projetos pioneiros na Barra foi fazer uma alusão à conformação das colunas gregas, a partir de uma definição de base, fuste e coroamento. A proposta para cada um dos edifícios partiu da criação de uma base – ou embasamento – diferenciada e revestida com materiais nobres, seguida verticalmente por uma sequência de pavimentos tipo (ou padrão) que simbolizavam o fuste da coluna grega, ou seja, o corpo do edifício. Os últimos pavimentos foram tratados como um coroamento a partir de diversas variações que arrematavam de forma diferenciada o topo de cada unidade. O uso criterioso das cores (adequadas a uma cidade ensolarada como o Rio de Janeiro) e a ausência de alegorias também colaboraram com a identidade de cada um dos edifícios.

 

Font Vieille: um marco na Barra da Tijuca

 

Em 2012, um projeto marcante desenvolvido pelo escritório para o Rio foi o Font Vieille (foto acima). Sua construção deu uma nova tônica a uma área muito valorizada da Barra da Tijuca denominada Península e se tornou um ícone no mercado imobiliário da cidade. Ocupando uma área de 780 mil metros quadrados, equivalente às dimensões do bairro do Leblon, a Península começou a ser habitada por novas construções a partir do ano 2000. 

Um dos conceitos adotados pela Dávila no grupo de 4 edifícios componentes do Condomínio Font Vieille foi a valorização do acesso ao empreendimento, a partir de uma elevação do pavimento térreo, em torno de 1,5 metros da pista urbana. Este recurso garantiu monumentalidade e destaque aos pilotis, enquanto aliviou o custo de construção do subsolo, uma vez que nesta área da Barra, o nível do lençol freático é muito alto.

 Outro conceito importante inaugurado pelo condomínio Font Vieille como parâmetro para a urbanização da Península foram os pilotis propostos pela Dávila. A ideia foi defini-los como uma continuidade das áreas de lazer e do paisagismo local, assim criando unidade em todo o condomínio. Também considerando que, no Rio, as varandas são generosas e efetivamente tratadas como área de estar, definimos que elas tivessem perímetros variáveis, o que gerou uma movimentação volumétrica capaz de transformar os edifícios em esculturas gigantes.

 É a partir destes exemplos em nossa história que exemplificamos uma maneira de abordar a arquitetura em uma cidade tão rica em cultura e paisagem como o Rio. Esta abordagem, ao mesmo tempo histórica e universal, tradicional e inovadora, reflete uma busca por empreendimentos que tanto sejam marcados por uma identidade carioca quanto associados a novas possibilidades para viver e trabalhar.

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