Estar em casa: acima de tudo, um prazer.

Nesta sequência de publicações no Davilabs em que exploramos conceitos para as residências a partir do aprendizado com a pandemia, o segundo espaço que propomos experimentalmente é a ‘Sala de Bem-estar’. Se este ambiente atende pelo menos uma das premissas que apresentamos inicialmente, a da ‘Saúde e Bem-Estar’, a depender do estilo de vida dos moradores, também pode contemplar a premissa do ‘Trabalho (em casa)’.

O conceito de bem-estar já vinha sendo desenvolvido de maneira mais enfática em espaços corporativos e agora ganha força na esfera residencial. Sem deixar de lado a beleza e o impacto visual, prescinde-se aqui da ostentação em benefício do real conforto daqueles que utilizarão a sala constantemente, ou seja, os próprios moradores. Assim, a antiga Sala de Estar passa a ser denominada ‘Sala de Bem-estar’.

Voltado ao entretenimento e a uma permanência agradável aos moradores, este espaço social não depende das visitas para se justificar. Pelo contrário, é utilizado intensamente pelos moradores em seu cotidiano e é palco para as principais interações humanas e familiares. Isto inclui o lazer e o entretenimento, ou mesmo o puro ócio, além das refeições, uma vez que o ambiente se integra diretamente à sala de jantar e copa. O trabalho em casa também é possível na ‘Sala de Bem-estar’, para as pessoas que se sentem mais produtivas quando recebem estímulos simultâneos e variados e que se sentem mais confortáveis em espaços mais amplos.

A opção é por ambientes abertos, fluidos e integrados. No entanto, segundo a opção do morador e recorrendo a soluções da arquitetura de interiores, é possível definir espaços um pouco mais reservados, marcando de forma mais intensa os usos diferenciados (estar; lazer; entretenimento; socialização; alimentação; contemplação do verde; trabalho em casa; etc).

Um dos pontos essenciais para a promoção de uma permanência agradável em casa é a farta iluminação e ventilação naturais, além do recurso ao ‘verde’. Por isso, a Sala de Bem-Estar conecta-se intensamente à varanda. A partir dali, do ambiente ‘externo’, as plantas avançam para o espaço interno da residência e a ocupam. Este movimento de radicalização do verde no interior das habitações é denominado urban jungle. Seu propósito é humanizar e ‘acalmar’ os residentes, além de promover sua saúde física e mental. Uma boa pedida para alcançar este objetivo é pensar na instalação das plantas em camadas: verticais, horizontais, dentro e fora e em múltiplos planos, de maneira que a presença do verde entre os ambientes se torna mais intensa, natural e fluida.

Em nosso próximo e último texto no Davilabs sobre nossa proposta para residências ‘pós-pan’, apresentaremos de forma mais detalhada o ‘Escridorme’, um misto de escritório e dormitório. Até lá!